sábado, 23 de fevereiro de 2013

"A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina."

Fabrício Carpinejar

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Você, diria que isso seria o quê?


É que talvez eu ainda não saiba como explicar, o que muda no meu respirar, toda vez que meu olhar encontra o teu olhar. Inexplicável a luz desses teus olhos sorrindo. Sinestésica a energia de respirar, o ar que invade também os teus pulmões, e sai do teu respirar.
De cá, apenas a te observar, contemplar, fico dentro de mim mesmo a jurar: um dia ainda irei te beijar. Venho sonhando há dias, com o dia em que finalmente o mundo irá parar de girar. Meus lábios anseiam pelos teus tocar.
Meu coração brinca de vir à garganta. Minha pulsação acelera. Suo frio. A boca seca. Médicos diriam que isso seria doença. Psicólogos diriam que isso seria loucura. Amigos diriam que isso seria paixão. Eu digo que isso seria vontade. Você, diria que isso seria o quê?
Havia me esquecido o que era paixão. Coisa à toa que acelera o coração. Havia me esquecido que é possível achar encantos no desconhecido. Que não precisa viver uma vida toda, ou conhecer os avós, para desatar os nós, retirar os pós, e passar a sonhar com um ‘nós’.
Talvez seja clichê dizer, mas você é diferente de todas as outras pessoas que ousei conhecer. A sua calmaria de lagoa, que encontra com os agitos de rio e vai desaguar no mar. Tua voz mansa e sorriso largo, que me provoca surto. Desconcerta o passo.
Faço graça, faço birra, faço farra, fecho a cara, mas tudo para, só quando você passa. Aprendi a ver em câmera lenta, com olhos abertos, respiração em pausa, dedos em trava, boca cerrada e ouvidos atentos, todos os teus movimentos. São raros tais alentos. São poucos nossos encontros. São intensos. São únicos. São meus. São unilaterais. Viscerais.

De cá, apenas a te observar, contemplar, fico dentro de mim mesmo a jurar: um dia ainda irei te beijar. Pois posto que isso seja desejo, loucura ou falta de ar, ainda assim, sigo a jurar: um dia ainda irei te beijar. Escreva no teu diário. Piche as pares do teto. Assino em baixo e decreto: os ventos vão ainda te levar, para juntos achar, um jeito mais firme de caminhar.
                                                                                                          (Matheus Rocha)

Tão eu...


Tenho andado pelos dias com a cabeça confusa. Meus pensamentos estão fora de ordem, meus pés não sentem firmeza ao tocar o chão, minhas mãos tremem. Tenho tido mais vontade de dormir, do que de me manter acordado. Me calo no sonhos. De olhos abertos, em minha mente nunca existe silêncio.
Queria entender como é possível viver sem esperar. A gente sempre diz que não espera de nada, tão pouco de ninguém. Impossível. Todo mundo espera que chegue uma sexta-feira. Espera dormir até mais tarde num domingo. Espera um emprego novo, um amor novo, um amigo novo, uma roupa, uma música nova. Todo mundo espera, todo dia, por algo. Às vezes, por alguém.
É difícil atravessar os dias sem esperar. É complicado se deparar com uma segunda-feira em branco. É estranho não saber o que imaginar de uma semana inteira, talvez do mês, ou do resto do ano. Vivemos de preencher dias vazios, com cores que variam em tons de cinza.
Dias de cor são raros. Dias com tons vibrantes, são tão pouco frequentes… vivemos com o nublado, ou com o amarelo pardo. Pautamos nossas vidas no calor, mas esperamos o frio. Reclamamos da chuva. Desejamos o sol. Damos forma as nuvens. Não lutamos por sonhos.
Cansei.
Por que é tão complicado viver? Realmente não consigo entender porque a gente precisa passar por tantas situações difíceis, pra num belo dia, conseguir ser isso que chamam de ‘feliz’. É tão árdua a tarefa de lutar vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, trezentos e sessenta e cinco por ano…
Acho que o problema é ter esperanças demais. Mas como viver tendo elas de menos? Odeio essas coisas que não vem com manual de instruções. Não gosto de ser autodidata na vida. Queria uma felicidade programada, tipo alarme despertador. (Nome: ser feliz. Horário: das 00 às 23:50. Repetir em: Seg, Ter, Qua, Quin, Sex, Sab e Dom).
Respirar. Fundo.
É difícil atravessar os dias sem esperar. Acontece que eu já nem tenho forças para essas esperas. Mesmo tão novo, meus ossos já estão gastos. Meu coração já se desfez. Minha mente? Tenho andado pelos dias com a cabeça confusa. Meus pensamentos estão fora de ordem.
Mas como assim, eu sou tão novo e com tantas queixas? Como é isso, jovem rapaz? Me explique o inexplicável. (Lá vem a danada da esperança me acendendo mais uma luz). Vai ver, viver é só isso mesmo. Esses dias confusos em todos de cinza, sendo intercalados por dias de amarelo pardo, ou coloridos com as cores primárias e fundamentais.
(Me explique o inexplicável-Matheus Rocha)

Ansiedade

Apesar do que me pesa, tenho pegado no sono todas as noites com uma voz que luta para não se afogar. Um grito, um choro de criança, ou talvez a voz da esperança. Só ouço a palavra felicidade. Sinto como se algo muito bom estivesse para acontecer e minhas noites em claro fossem só um sinal de ansiedade. Ansiedade pelo que nem sei que é, ou pelo que talvez nunca venha. Como se as semanas durassem anos, e os segundos perdurassem séculos, milênios talvez. Ansiedade.
(Matheus Rocha)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Eu sou esse livro aberto, sem mistério, de palavras fáceis. Mas não é qualquer um que sabe me ler. Simplicidade demais – ás vezes procuram mensagens nas entrelinhas, mas só há história pura, sem rodeios, correndo solta, livre. 

(Michelle Trevisani,)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Te espero, ansiosa e atenta.

Que não fosse nada, que não tivesse descompassado o coração, que não alterasse o destino do sangue que corria nas minhas veias, que não comprometesse minha expectativa, que passasse de leve, quase que imperceptível do meu lado. Mas você veio com tudo, suspirou e me roubou o ar, me tocou e tatuou toda a pele. Podia ser quase nada, podia ser só um rosto e um endereço, podia ser despercebido. Agora é o livro preferido da minha estante, meu nome predileto. O que importa mesmo agora, é que uma coisa muito bonita está para acontecer na minha vida, na nossa vida. Te espero, ansiosa e atenta.
(Cáh Morandi)

Eu gosto de você pela beleza que você me faz ver mesmo de olhos fechados


"Sempre que penso em você (e tenho pensado muito), penso em você sorrindo, penso em você dando a mão para mim, penso em um caminho branco, iluminadíssimo, onde pisamos em milhares de estrelas, e que eu não sei aonde vai dar, não sei que fim que vai ter. Mas quando penso em você, penso só em coisas bonitas, em coisas que tem ar de paz, em coisas que me fazem tão leve, tão feminina, tão sensível. Eu não quero perder o que você me faz ser, o que você me faz querer ser. Eu não quero perder meus bons pensamentos e nem a chance de sonhar de novo com algo tão bom. Eu gosto de você pela beleza que você me faz ver mesmo de olhos fechados."


(Cáh Morandi)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

*

- ...quer fazer silêncio?
- Por quê?
- Porque estou lendo.
- Mas tu lê com o ouvido ou com o olho?
- Com os dois. Leio com o corpo inteiro. Leio com a alma também.
(Michelle Trevisani)